A fadiga pandêmica é um problema contra o qual a maioria das empresas está lutando agora. À medida que nos aproximamos dos vinte meses vivendo na sombra do vírus, as pessoas estão cansadas e frustradas.
Foram dois anos de preocupação, discórdia, turbulência política, agitação social e incerteza. E, claro, quando as pessoas estão passando por esse tipo de trauma, o trabalho é inevitavelmente afetado. Produtividade, engajamento e desempenho são os primeiros a serem impactados no local de trabalho.
Mas os colaboradores não têm culpa: eles estão, afinal, lidando com circunstâncias excepcionais com o melhor de suas habilidades. Neste cenário, precisamos entender nosso papel como líderes e como podemos melhorar a situação.
O que mais importa no momento é equipar nosso pessoal com as ferramentas e o suporte para superar o período atual e fornecer energia renovada aos colaboradores que mais precisam. Preparamos então este conteúdo para você entender um pouco mais do que seu time está passando e as ações que a empresa pode tomar para evitar o esgotamento digital.
O Esgotamento Digital ainda é um conceito novo para o RH, porém os sintomas estão cada vez mais presentes nos colaboradores. De acordo com a Psicóloga Dora Sampaio Goes, o Esgotamento Digital é uma sensação de fadiga devido ao esforço recorrente e à quantidade de estímulos virtuais. Um dos exemplos desses estímulos são as chamadas de vídeo.
Assim, fica claro que a Fadiga Digital se agravou com a pandemia e o modelo de trabalho online. A sensação de esgotamento também tem relação com a quantidade de energia que a mente gasta em uma interação online.
Um relatório da Microsoft concluiu que “a produtividade autoavaliada permaneceu igual ou superior para muitos colaboradores em relação ao ano passado, mas a um custo humano”.
De acordo com os dados da Microsoft:
Para chegar a essa conclusão, a Microsoft comparou as tendências de colaboração em seus produtos entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. Aqui estão alguns números importantes:
Em uma nota semelhante, uma pesquisa da Society for Human Resource Management descobriu que 48% dos trabalhadores dos EUA se sentem mentalmente e fisicamente exaustos no final do dia de trabalho, enquanto 41% se sentem esgotados com o trabalho.
O Work Trend Index mostrou que mais funcionários se sentem exaustos por manter seus níveis de produtividade no ano passado. Nas Filipinas, 63% dos trabalhadores se sentiram sobrecarregados, citando mais trabalho digital e estresse induzido pela pandemia.
Essa enxurrada de comunicações não é estruturada e nem planejada, com 62% das ligações e reuniões não agendadas ou conduzidas com um propósito claro. E os colaboradores estão sentindo a pressão para acompanhar.
A Gartner argumenta que a única maneira de combater essa crise de exaustão é “desaprender velhos hábitos e fundamentalmente repensar o design do trabalho”. Especificamente, as empresas precisam reimaginar sua abordagem para o trabalho híbrido se quiserem atrair e reter os melhores talentos.
A pesquisa descobriu que 41% da força de trabalho global tende a considerar deixar seu empregador atual no próximo ano. As empresas que exigem que seus funcionários voltem ao escritório em tempo integral podem perder até 39% de sua força de trabalho.
Há muito em jogo.
Quando a pandemia atingiu o globo, muitas empresas reagiram tentando replicar recursos de escritório em um ambiente digital. Embora isso tenha funcionado por algum tempo, não é sustentável a longo prazo – isso fica claro em pesquisas recentes de opinião dos colaboradores.
Em vez de se concentrar na replicação do escritório, as empresas se beneficiariam muito com a criação de um modelo híbrido centrado no colaborador.
A Gartner propõe o seguinte para aumentar o desempenho e reduzir o esgotamento do colaborador em arranjos de trabalho híbrido:
Quanto mais flexibilidade uma empresa oferecer aos colaboradores, melhor. Especificamente, “os empregadores devem adotar uma abordagem orientada para o colaborador para o trabalho flexível que os capacite a escolher onde, quando e como trabalhar.”
O aumento da flexibilidade permitirá que os colaboradores integrem melhor sua vida pessoal e profissional, o que pode reduzir os níveis de estresse, ansiedade e fadiga. A flexibilidade também permite que eles trabalhem sempre que lhes for mais conveniente, o que se traduz em melhor desempenho e níveis de produtividade aumentados.
Em vez de ter colaboradores sentados na frente de seus computadores enquanto suas mentes estão em outros assuntos, permitir que eles opinem pode ajudar a garantir que estarão totalmente focados em suas responsabilidades de trabalho.
As empresas não podem reproduzir as conversas de corredor online. Embora existam várias plataformas que visam replicar tais encontros, as pessoas colaboram melhor pessoalmente. A colaboração é uma das principais razões pelas quais os colaboradores desejam voltar ao escritório pós-pandemia.
De acordo com a Gartner, em vez de esperar que esses momentos ocorram, os líderes precisam priorizar a “inovação por design”. Isso significa que os líderes devem assumir a responsabilidade de criar encontros entre os colaboradores, tanto internos quanto remotos.
Em palavras mais simples, as empresas precisam encontrar maneiras eficazes de unir seus mundos físico e digital.
Isso começa estimulando uma cultura empresarial que cria um lugar seguro para os colaboradores expressarem suas preocupações e falarem abertamente sobre como estão se sentindo. Os gerentes precisam ter tempo para conversar com cada membro da equipe e lembrá-los de que fazer pausas não só é necessário, mas também incentivado.
Os gerentes precisam liderar pelo exemplo; eles próprios precisam fazer pausas e ser aqueles que abrem as linhas de comunicação com os colaboradores.
Seguindo essas dicas, sua empresa pode ajudar a diminuir o esgotamento digital do time e melhorar a produtividade de uma maneira saudável. Tem outra dica pra compartilhar? Deixa aqui nos comentários!
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